Segundo Marcos de Oliveira, o Brasil corre o risco de “desindustrialização”, isto é: a redução da produção local em consequência do aumento das importações.
O curioso é que os maiores importadores de carros no Brasil são as montadoras, notadamente as quatro grandes. Elas são responsáveis por nada menos do que 78% de todos os carros estrangeiros vendidos no País. Os importadores oficiais, reunidos na Abeiva, importaram no semestre 20% do total, carros que, além dos impostos normais, pagam 35% de alíquota de importação; os outros 2% foram trazidos por importadores independentes.
A despeito do alto custo de produção, o Brasil continua recebendo investimentos em novas fábricas.
A Chery faz a cerimônia do lançamento da pedra fundamental da sua fábrica em Jacareí no próximo dia 19. Conforme anunciou o Carsale nesta semana, a Lifan e a importadora brasileira Effa assinaram um acordo para a construção de uma fábrica no Brasil com investimento inicial de US$100 milhões e produção de 10 mil unidades por ano. As duas montadoras já investiram US$ 70 milhões num centro de pesquisa e desenvolvimento, para a criação de um carro pequeno.
Ou os dados do estudo da Anfavea estão errados ou os chineses estão muito mal informados. E vão quebrar a cara. Qual a sua aposta?
Reação
A repercussão da reportagem especial Lucro Brasil foi avassaladora. Foram 700 mil visitas, 2000 comentários, 300 emails, quase a totalidade dos comentários concordando que o carro no Brasil é muito caro e que não há explicação para isso.
As raras vozes discordantes vieram de um instituto que “defende a liberdade de propriedade”, e de um colunista, que classificou a reportagem como “crítica fácil”.
Fácil – e confortável – é reproduzir o discurso da indústria, que culpa o imposto por todas as mazelas do setor.
Difícil é explicar, como tentamos, de onde vem essa grande margem que faz o carro brasileiro ser o mais carro do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário