sexta-feira, 15 de julho de 2011

Concessionárias independentes conseguirão sobreviver?

volkswagen sabrico antiga Concessionárias independentes conseguirão sobreviver?
É cada vez mais raro ver uma concessionária de automóveis, de qualquer marca, não fazer parte de uma rede como Itavema, Caltabiano ou CAOA, entre outras. Por vezes são redes nacionais, que atuam em alguns Estados do Brasil com diversas marcas; por vezes são redes regionais como, por exemplo, Grupo Báltico que tem algumas concessionárias Ford no interior de São Paulo e Grupo Original VW das empresas Júlio Simões, que atua nos estados de SP e RJ.
É evidente que um grupo grande acabe tendo maior poder de compra e negociação que uma concessionária independente com apenas uma loja numa cidade de até 80 mil habitantes, por exemplo. Por consequência pode oferecer mais descontos ao cliente. As próprias montadoras incentivam que as concessionárias tenham pelo menos duas ou três lojas de sua marca.
No entanto, nem todas terão oficina, podendo ser apenas show-room ou show-room e venda de peças. Ao meu ver aí já se inicia uma desvantagem, pois uma concessiona independente, sendo única, geralmente é completa. Além disso, como vi em cidades do interior de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, as concessionárias independentes viraram algo “cult”, mantendo identidade visual antiga das marcas na fachada por mais tempo e, curiosamente, alguns carros antigos da marca, impecáveis, em exposição.
Não raro, têm alguma peça difícil de encontrar “perdida” na seção de peças. Por último mas não menos importante: tudo indica que sua clientela seja mais conservadora e goste de ser tratada pelo nome. Muitas vezes trata-se da terceira geração comprando carro naquela loja! Outros tantos confiam na qualidade do serviço da oficina mecânica e do setor de funilaria e pintura da concessionária.
No setor de vendas das concessionárias independentes, percebi que os vendedores ficam por anos a fio no mesmo emprego. Isso pode ser bom, uma vez saberão compreender e assimilar melhor os desejos e demandas do comprador local. Quais são esses desejos e demandas afinal?
Bem, preferências de compra podem variar bastante entre uma cidade de serra, uma cidade industrial e uma cidade litorânea, ainda que possam estar a menos de uma hora de distância uma da outra. Desde cores a opcionais. Logicamente que ar condicionado em municípios mais quentes é mais requerido. Assim como acontece com ar quente em cidades frias. Da mesma forma, transmissão automática é um opcional mais desejado em cidades com trânsito mais carregado. E assim por diante.
No meu caso particular, cresci visitando e acompanhando meus pais em concessionárias independentes. Com 9 anos de idade já ia sozinho a uma “agência” Volks a dois quarteirões da minha casa. E minhas recordações são as mais românticas, com mesas recheadas de prospectos dos carros daquele ano! E brindes interessantes, como um mini quebra-cabeças que ganhei numa revenda da Chevrolet e um Santana de papel cartão colorido para montar. Sem contar belos chaveiros!
E, com relação ao atendimento, os vendedores ligavam para meus pais ou avisavam na rua mesmo: “- Chegou o Santana! Que carrão! Vai lá ver! A gente pega o seu Passat na troca!” E até hoje considero o atendimento melhor em concessionárias menores ou “filhas únicas”. E já consegui obter melhor avaliação no meu usado para troca.
Outro fator importante é a comodidade. Poder comprar “perto de casa”. Uma curiosidade era a limitacao legal de você comprar um carro na cidade vizinha se na sua houvesse revenda daquela marca. Era considerado “invasão de area” e era lei. E algumas vezes, além da lei, também existia um acordo de cavalheiros entre alguns concessionários da mesma marca, porém de municípios diferentes.
Essa fator não era muito positivo, pois às vezes dava-se a impressão de cartel. E os vendedores tinham aquela certeza de que você iria voltar, ainda que meio a contragosto. E, claro, em se trantando de Brasil, havia aqueles que davam um jeito, desde que você não se importasse em ter seu carro emplacado em outra cidade e um endereço alheio em seu documento.
Como se pode ver, há prós e contras em se comprar numa concessionária independente, que não faz parte de uma rede. E vice-versa. E você, o que tem a dizer a respeito? Prefere as revendas que são parte de uma rede ou as independentes? Acha que as “pequenas” conseguirão sobreviver?

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