Aqueles que pensam que um motor 2.0 turbo com quatro cilindros e 200 cavalos terá um desempenho bem inferior ao de um sedã V6 com 250 ou 270 cavalos, pensem novamente. Se o modelo turbo em questão tiver peso bem menor que o de sedãs maiores, o desempenho será bem similar.
Ainda mais se como parte do conjunto existir um câmbio de dupla embreagem e seis marchas que seja esperto como o câmbio do Jetta Highline. São 28,5 kgfm de torque em um carro com 1.375 quilos. O motor TSI dele usa turbocompressor, sistema de injeção direta de combustível, quatro válvulas por cilindro e comando de válvulas varíavel, que segundo a Volkswagen gera uma curva de torque plana a partir de baixas rotações.
E andando com o Jetta aqui na cidade, ficou claro que a curva de torque é mesmo plana. A partir de pouco mais de 2.000 rotações, o Jetta acelera com muita disposição, sempre cantando pneus se você não dosar muito bem o pé no acelerador. Outra definição institucional da VW, agora sobre o câmbio DSG de seis marchas: a configuração deste sistema faz com que execute trocas de marchas com muita rapidez e suavidade, sem interrupção de torque, de forma automática ou manual.
E, novamente, é assim mesmo. A aceleração oficial de 0-100 do Jetta é de 7,3 segundos, em torno de 1,5 segundo mais rápido que Azera e Fusion, por exemplo. O Jetta, além de dar aquele coice inicial também existente em modelos V6, continua acelerando e se impulsionando de forma constante, o que me deixou bem impressionado com seu desempenho, tanto na cidade quanto na estrada.
Me diverti muito com ele durante uma semana. O apoio lateral do banco do motorista é muito bom, prendendo o corpo de forma eficiente, a direção tem respostas bem rápidas, e a suspensão é firme, dando confiança na hora de acelerar, em qualquer situação que seja, pois tanto ela quanto a direção direta convidam o motorista a abusar um pouco toda vez que dá uma volta por aí.
O pneu de perfil 45 é bem baixo, e obviamente não consegue absorver muito as imperfeições do piso, mas para quem vive em locais onde o asfalto é de boa qualidade, como em várias cidades do interior de São Paulo, por exemplo, isso não será um problema. E outra coisa, quem compra um sedã com temperamento esportivo como o Jetta não quer suspensão macia até demais como a de um Azera, certamente.
O nível de ruído está dentro da média de sedãs médios, e a posição de dirigir é muito boa. O consumo foi um tanto alto para um modelo 2.0, que apesar de ter turbo, deveria teoricamente manter um consumo baixo se você roda apenas em rotações baixas. Andando e se divertindo, dando aquelas aceleradas mais fortes, o consumo que registrei foi de 5,4 km/l. Já revezando entre aceleradas mais fortes e percursos tranquilos a média não passou dos 6,5 km/l. E andando sem pisar forte o melhor consumo que alcançamos foi de 7,2 km/l.
Não que isso irá assustar muito a pessoa que se encaixa no perfil de comprador do Jetta de 200 cavalos. Sua condução é muito prazeirosa, e seu conjunto mecânico é de primeira. Se trata hoje do carro mais barato à venda no Brasil com um conjunto mecânico deste nível.
E sobre este texto, admito: não conseguimos falar muito sobre os outros aspectos do Jetta TSI, quando sua performance é o que se destaca tanto e chama mais a atenção. As análises mais elementares do nicho de um sedã médio ficarão para a próxima avaliação, do Jetta de 120 cavalos.
Prefiro as barcas, mas a partir de agora minha opinião sobre o Jetta mudou e muito.
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