Quanto à perda da tração 4×4, a explicação é que a Mitsusbishi optou por “trocar” o recurso pelos itens de conveniência aqui descritos. O objetivo da marca foi rechear o carro de atrativos e manter o preço na faixa de R$ 100 mil. A estratégia de mercado acabou atingindo outro ponto do carro: o motor. Explicamos: no Brasil, motores até 2.0 pagam menos IPI e, com esta diferença, a fabricante “banca” os novos itens de série do modelo.
Analisando os números da Fenabrave, a estratégia deu certo. As vendas saltaram de uma média de 250 unidades/mês (praticamente a mesma de 2010) para 461 em maio. Pode-se dizer que os clientes toparam perder a tração 4×4 e receber em troca os itens de conforto da nova versão. Faz sentido: perde-se um item que se usa eventualmente e recebe-se itens de conforto e segurança que fazem a diferença no uso cotidiano.
Na cidade
Rodando em Belo Horizonte por um mês, o carro apresentou média de 6,5 km/l. Pode parecer pouco, mas temos que levar em conta que estamos falando de um veículo que pesa mais de duas toneladas e Belo Horizonte não é exatamente uma cidade plana. O câmbio CVT (continuamente variável) é extremamente suave, pois não existem trocas de marchas e os consequentes trancos.
Para quem prefere as trocas manuais, há a possibilidade de cambiar na própria alavanca ou ainda através das borboletas atrás do volante, que simulam 6 marchas pré-definidas. Encontrar a melhor posição de dirigir não é tarefa difícil, graças à regulagem elétrica do banco do motorista. O volante conta com regulagem de altura, mas falta o ajuste de profundidade.
Na estrada
Fomos de Belo Horizonte a Araxá para conhecer melhor o comportamento do Outlander na estrada e sentimos que a troca do motor 2.4 pelo 2.0 não prejudicou a potência do carro. Na verdade, houve uma pequena redução, de 170 para 160 cavalos. Porém, a queda do torque máximo, de 22 para 20 Kgfm, prejudica um pouco nas ultrapassagens.
A saída é recorrer às reduções através das borboletas do volante. Fáceis de usar e ergonomicamente instaladas, são úteis ainda para reduzir antes de entrar em uma curva mais fechada. Quanto ao consumo, notamos uma melhora em relação ao modelo anterior. Parte da BR-262, que liga Belo Horizonte ao triângulo mineiro é duplicada e outra parte tem pista simples. Na parte duplicada, mantendo o carro entre 110 e 120 Km/h, medimos 10 Km/l. Na parte simples, entre 80 e 90 km/h, o consumo chegou a 12 km/l. Nada muito diferente de seus concorrentes.
É claro que tivemos que excluir os trechos de serra, quando o consumo aumenta consideravelmente, principalmente nos trechos de pista simples (viajamos durante a semana, quando o trânsito de caminhões nos obriga a uma condução mais lenta e cuidadosa).
RISE System
O Outlander é um dos modelos da Mitsubishi que contam com o sistema RISE – Reinforced Impact Safety Evolution. Trata-se de um sistema projetado para manter a rigidez estrutural e proporcionar a absorção programada de impactos. De acordo com o fabricante, o modelo recebeu pontuação máxima em testes de impacto.
Pausa para o cafezinho
O computador de bordo do Outlander, além das funções básicas como medidor de consumo, autonomia, temperatura, odômetros parciais, temperatura e aviso de revisão, traz uma interessante função: um alerta que avisa a hora de fazer uma pausa na viagem. O alerta mostra uma xícara de café na tela toda vez que um período pré-programado for completado.
Concorrentes
O Outlander, classificado como um crossover médio (mede 4,67 metros), acaba por concorrer com modelos de menor porte, graças ao seu posicionamento de preço no mercado. Dentre estes, destacam-se Honda CR-V, Chevrolet Captiva, Hyundai ix35 e Kia Sportage em suas versões top de linha. No andar de cima, o Outlander concorre com as versões básicas de SUVs maiores , como Kia Sorento, Hyundai Santa Fé, Volvo XC60 e Dodge Journey. O crossover da Mitsubishi parte de R$ 99.900,00 na versão 2.0 L e chega a R$ 126.900,00 na versão 3.0 GT.
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