sexta-feira, 8 de julho de 2011

Avaliação completa do Ford Ka 2012

 Avaliação completa do Ford Ka 2012
A intenção da Ford com as “novidades” do Ka 2012 é evidente: dar um último fôlego ao compacto antes da chegada da nova geração em 2014 – que será baseada no conceito Start, mostrado no Salão de São Paulo. Mas na hora de renovar o modelo, a Ford optou pela economia.
Fez o mínimo necessário para aproximar o carro da atual identidade visual da marca. O “toque” de modernidade fica por conta da versão Sport, que deve agradar pelo menos metade dos consumidores do modelo – 48% do público do Ka é composto de homens. A ideia foi seguir na esteira dos lançamentos recentes da versão equivalente do rival Fiat Uno, com muitas faixas e cores berrantes.
De fato, as principais mudanças no Ka foram na estética. E mesmo elas são de uma enorme sutileza. A reestilização, desenvolvida no centro de design da marca em Camaçari, na Bahia, tornou a frente do Ka muito semelhante à do Fiesta. Principalmente graças a grade dianteira com formato trapezoidal na parte baixa do para-choque. Para valorizar as novas linhas frontais, os faróis principais receberam máscara negra e os de neblina ganharam uma moldura nova.
 Avaliação completa do Ford Ka 2012
Visto de perfil, as únicas mudanças detectáveis são as novas rodas de 14 polegadas e os retrovisores com repetidores de seta na versão topo de linha. Na traseira, as lanternas receberam lentes transparentes, no estilo do Fiesta sedã, e uma nova régua na tampa do porta-malas. O interior também ganhou atualizações. O quadro de instrumentos tem novo grafismo e iluminação branca, os bancos tem nova padronagem e foi adicionado um porta-copos no console central.
Na parte mecânica, a única alteração foi na suspensão traseira. A equipe de engenharia da Ford instalou um novo sistema de isolamento independente das molas em relação aos amortecedores. O objetivo foi diminuir o ruído interno, uma das principais reclamações dos proprietários, segundo a marca.
 Avaliação completa do Ford Ka 2012
A Ford também resolveu fazer pequenas mudanças dentro da linha Ka. A versão de entrada perdeu equipamentos de série, mas teve o preço reduzido. Agora, a configuração mais barata sai por R$ 24.500, R$ 920 a menos do que antes, mas perdeu as travas elétricas e a abertura interna do porta-malas. Mesmo assim, o Ka básico, batizado criativamente de Base, vem de série com conta-giros, relógio digital no painel, bancos traseiros rebatíveis, tomada 12V e alerta de manutenção.
Na versão intermediária Fly são devolvidos as travas elétricas e a abertura interna do porta-malas e ainda adiciona vidros elétricos, por R$ 26.590. A topo de linha com o propulsor 1.0 é a versão Pulse, que já vem de fábrica com direção hidráulica e ar-condicionado e custa R$ 29.590 – chamado de kit Class. Opcionalmente, pode receber rodas, som e airbags.
Na nova configuração Sport, o Ka já vem completo, com rodas de liga leve de 15 polegadas e rádio/CD/MP3/Bluetooth e sai por R$ 35.900 – o airbag duplo é opcional. Além dos equipamentos extras, a versão conta com o motor 1.6 RoCam com 107 cv de potência e 15,3 kgfm e um design mais “anabolizado”, com spoilers dianteiros e traseiros, saias laterais, aerofólio e faixas na carroceria.
 Avaliação completa do Ford Ka 2012
A Ford diz que a inspiração foi no Mustang – as faixas são igualmente pretas. Exageros à parte, o propulsor 1.6 realmente deixa o compacto bem arisco. A versão Sport passa a ser a única equipada com o propulsor mais potente. Todas as demais vêm com o motor 1.0 RoCam, que desenvolve 72 cv e 9,2 kgfm de torque.
A expectativa da Ford com a linha 2012 do Ka não é das maiores. A marca divulgou no lançamento que não pretende aumentar a quantidade de compactos vendidos mensalmente. Portanto, a média deve ficar nas 5.400 unidades, o que o consolidaria como segundo veículo mais vendido da fabricante no Brasil, atrás do Fiesta hatch e na frente do EcoSport – com 8.500 e 4.200 unidades mensais, respectivamente.
 Avaliação completa do Ford Ka 2012

Ponto a ponto

Desempenho – Mesmo com apenas 936 kg, o motor 1.0 não deixa o Ka muito ágil. A verdade é que os 72 cv de potência e 9,2 kgfm de torque só surgem em rotações altas – 6 mil e 5 mil, respectivamente. O comportamento no trânsito urbano é aceitável, mas na hora da ultrapassagem, o motor exige reduções de marcha e paciência. Nota 6.
Estabilidade – O peso concentrado entre os eixos dão grande estabilidade ao Ka. Nas curvas, a menção de desgarrar do asfalto é pequena e o carro se mostra bem acertado para uma condução mais ousada. O problema é nas frenagens um pouco mais bruscas, quando a frente tende a afundar demais. Nota 8.
Interatividade – O quadro de instrumentos com novos grafismos e iluminação branca melhoraram a leitura. O ponto negativo é velho: a coluna de direção não oferece ajuste de altura e profundidade nem como opcional e isso significa que, dependendo da altura do freguês, o volante impede a leitura do painel ou espreme a perna do motorista. A visibilidade é razoável. Nota 6.
Consumo – A Ford declara uma boa média de 10,2 km/l com etanol em um trajeto misto. Nota 7.
Conforto – A mudança no isolamento da suspensão traseira melhorou a vida no habitáculo. E a suspensão filtra bem as imperfeições do solo. Nota 7.
Tecnologia – A plataforma do Ka é a mesma desde o lançamento em 1997 – feita na base do Fiesta da época. Ele passou por uma renovação em 2007, que aumentou o tamanho mas não afetou a estrutura. O motor RoCam, apesar de ter 12 anos, ainda é eficiente. Nota 7.
Habitabilidade – As dimensões do Ka são um problema para os ocupantes do banco traseiro. Só mesmo crianças viajam com algum conforto. Os dois ocupantes dos bancos dianteiros contam com um espaço condizente com a proposta de carro compacto. O porta-malas, de 263 litros, não é projetado para grandes aventuras. Nota 6.
Acabamento – O Ka é um carro de entrada e seu interior não nega. O maior problema não está nos plásticos rígidos que povoam a cabine, comum em automóveis dessa categoria, e sim a falta de acabamento nas portas. Em grande parte, a lataria fica exposta para os ocupantes. Nota 5.
Design – O Ka jamais se recuperou da remodelação do final de 2007, na linha 2008, quando enquadradaram o rotundo desenho original do estúdio Pininfarina. A reestilização promovida agora pela Ford até rejuvenesceu o modelo, principalmente pela grade dianteira em formato trapezoidal. Mas as lanternas com aparência “tunada” não ajudam a estética do carro. De um modelo nascido como inovador, sobrou apenas um carrinho “simpático”. Nota 6.
Custo/Benefício – A Ford aponta o Ka para os modelos de entrada das marcas rivais: Chevrolet Celta, Fiat Uno e Volkswagen Gol G4. O fato é, que partindo de R$ 24.500, o modelo da Ford se credencia entre os carros mais baratos do Brasil, atrás apenas de Fiat Mille e Chery QQ. A lista de equipamentos do modelo básico também está de acordo com os concorrentes. Nota 8.
Total – O Ford Ka 1.0 somou 66 pontos em 100 possíveis.
 Avaliação completa do Ford Ka 2012

Primeiras impressões - Mandato tampão

São Paulo/SP – Diferentemente da última mudança do Ka, na linha 2008, as alterações feitas pela Ford foram discretas desta vez. Apenas a dianteira ficou mais vistosa. Mas isso se explica. No segmento que atua, o compacto da fabricante norte-americana tem um dos visuais mais modernos e mais bem aceitos pelo mercado.
O desempenho dinâmico fica de acordo com a proposta mais “amigável” do carrinho. Com uma relação peso/potência de 13 kg/cv, o compacto da Ford não anima nas acelerações. Isso porque os números de força só aparecem a rotações muito elevadas. Abaixo dos 2.500 há pouco torque e potência disponíveis no motor 1.0 RoCam. No infernal trânsito de São Paulo, o propulsor se mostrou apenas aceitável. Ao menos, as constantes trocas de marcha que precisam ser feitas são realizadas com precisão na longa alavanca de câmbio.
No que diz respeito ao comportamento em curvas, o Ka fica à frente dos concorrentes. Ajudado pela concentração do peso entre os dois eixos e por suas pequenas dimensões, o pequeno hatch se comporta como um kart, com boa estabilidade e pouca menção de perder a aderência das rodas com o solo. A rigidez torcional impressiona positivamente.
 Avaliação completa do Ford Ka 2012
O interior é espartano. Não só pelos materiais usados no painel, de plásticos rígidos, mas de bom encaixe, na linha da concorrência, mas pelas partes de lataria expostas na área das portas. Fica a impressão de que até uma maior difusão de plásticos nesse setor melhoraria o aspecto.
As mudanças do Ka foram discretas, mas suficientes para manter o veículo relativamente atualizado frente a uma concorrência antiguinha – exceção feita ao novo Fiat Uno, mais moderno, mas que cobra por isso. Apenas o suficiente para aguardar a chegada de uma geração nova e global, daqui a três anos.
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Ficha técnica - Ford Ka 1.0 2012

Motor: Dianteiro, transversal, 999 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro, comando simples de válvulas no cabeçote e balancins roletados. Injeção multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 72 cv e 68 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina.
Torque máximo: 9,2 kgfm a 5 mil com etanol e 8,8 kgfm a 4.750 mil rpm com gasolina.
Diâmetro e curso: 68,8 mm X 67,4 mm. Taxa de compressão: 12,8:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, com braços inferiores, amortecedores pressurizados e molas helicoidais. Traseira por eixo de torção auto-estabilizante com perfil em V, com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos.
Freios: Discos na frente a tambor atrás. Não oferece ABS.
Pneus: 175/65 R14.
Carroceria: Hatch em monobloco com duas e cinco lugares. Com 3,83 metros de comprimento, 1,64 m de largura, 1,42 m de altura e 2,45 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais como opcional.
Peso: 936 kg em ordem de marcha, com 474 kg de carga útil.
Capacidade do porta-malas: 263 litros.
Tanque de combustível: 45 litros.
Produção: São Bernardo do Campo, São Paulo.
Lançamento mundial: 1996.
Lançamento no Brasil: 1997. Reestilização: 2007.
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