Derivado do recém-lançado March, ele é uma peça importante no jogo que a Nissan aposta levar 5% do mercado até 2015. O Versa é um caso recorrente no nosso mercado. É um sedã derivado de um carro pequeno, esticado ao extremo. E com isso, as proporções são bastante prejudicadas, como veremos a seguir.
Nos EUA ele substituiu a versão sedã do Tiida, lá vendida com Versa. E uma das suas novidades é trazer um design mais “requintado” (conforme o posicionamento da marca) ao segmento de entrada americano. Embora a comparação esteja em um patamar bem baixo, se o compararmos ao Tiida sedã (que continua a ser vendido aqui normalmente), vemos que se não é mais bonito, ao menos tenta ser mais interessante.
Logo na dianteira, temos uma amostra de um padrão que se repetirá por todo desenho: Linhas que tentam passar um tamanho maior do que realmente são com algum cuidado no desenho. Sua dianteira é simples. Faróis monoparábolas grandes são parecidos com seu irmão, March, porém alinhados à carroceria e não saltados como no hatch.
E assim como ele, vincos tratam de acomodá-los de forma a não parecerem desproporcionais. Se no March há vincos arredondados, no Versa eles acabam em um vinco pontudo, que cria um volume para a grade. Esta, cromada para passar algum requinte, não tem qualquer inspiração no desenho.
O capô tem dois pequenos vincos que deixam a parte do meio mais alta e que não encontram correspondentes na grade ou no para choque, mas sim no teto, embora de forma inversa, rebaixada. E isso segue a receita do March, de usar chapa mais fina no teto valando-se de vincos para reforçar a chapa.
O para choque dianteiro tem vincos emoldurando os faróis de neblina (quando equipados). Estes vincos são saltados e retos, para enfatizar a largura, mesmo recurso usado na reestilização do Sandero. Ainda para enfatizar a largura, as laterais do para choque são retas, formando um ângulo de 90º em realção ao solo. Isso dá volume ao carro, conforme explicado por na imagem Figura 1.
E é a partir destes vincos que vamos para a lateral onde o Versa se vale de vários recursos para parecer maior do que realmente é: os vincos na lateral são os pontos mais evidentes disso. Estes vincos lembram (vagamente) os para lamas salientes presentes nas antigas picapes.
Não é um recurso novo, já que foi usado na Montana antiga (lembrem-se da caçamba volumosa) e na nova Montana, mas em menor medida. O seu rival Chevrolet Cobalt, que será lançado agora no começo de Novembro, também se valerá deste “truque” para parecer maior.
É só um enfeite, sem qualquer função prática, já que o conjunto de lâmpadas está agrupado na vista da traseira mesmo. Na moda de ‘esticar’ a capota para dar um impressão de cupê, o vigia traseiro é enorme a acarreta no tamanho diminuto da tampa do porta malas. A larga coluna traseira também é consequência disso.
Já chegando a traseira, a tampa recebe a placa de licença e tem uma sugestão de aerofólio. Olhando a vista traseira, há um “ombro” entre a tampa do porta malas, a lanterna e o vinco reto nos para lamas. Não é um caso tão sério quanto o Tiida sedã (que dá a impressão de ser um carro em cima de outro), mas ainda assim não é algo que agrade a todos.
O para choque traseiro não tem nada além de vincos e todos são repetições do que acontece na frente. Lateralmente forma um ângulo de 90º em relação ao solo para uma máxima largura visual (conforme exemplificado na figura 1) e vincos também em ângulos de 90º que repetem a função dos que emolduram os faróis de neblina.
O interior é análogo ao March: formas arredondadas e simples em um painel simétrico. A única diferença são os instrumentos, diferentes do March, com aparência mais clássica como convém a um sedã. Ainda em relação ao Versa vendido nos EUA, curiosamente o que vem para cá tem as mesmas saídas de ar redondas centrais presentes no March, e vendido no mercado americano, são saídas retangulares.
O Nissa Versa é uma nova realidade nos mercados emergentes: oferecer mais por menos é o norte destes projetos e isso requer diferentes interpretações para novos problemas. Combinar grande comprimento com um largura comedida inerente a projetos de carros pequenos mas que aceitam uma altura relativamente avantajada é complicado.
O Versa, porém, apesar de vários cuidados, ainda não conseguiu equacionar completamente estes problemas. É mais um carro que será vendido muito mais por sua beleza interior (leia-se espaço) que a exterior. O preço competitivo, à partir de R$ 35.490,00, porém, deve ajudá-lo bastante nessa tarefa.
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