Abeiva crítica “lucros exorbitantes” enviados pelas montadoras em 2011

A notícia de que as montadoras instaladas no país enviaram US$5,58 bilhões em lucros para suas matrizes  em 2011 mexeu os nervos da Abeiva, associação dos importadores.

A nota oficial, a Abeiva crítica, o que chama de “lucros exorbitantes”, os valores enviados pelas montadoras da Anfavea para o exterior.

O argumento é de que se elas estavam sendo prejudicadas com a importação de veículos, como conseguiram então enviar o maior resultado da história da indústria automotiva nacional e serem as líderes em remessas de dinheiro ao estrangeiro?

Para o presidente da Abeiva Luiz Gandini, “quem vive fase de necessidade de proteção governamental não envia lucros exorbitantes às suas matrizes”.

Ele defende que haja uma cota para importação de veículos com IPI de nacional no montante de 5,6% do mercado projetado para 2012, que dará em torno de 200.000 carros.

A cota é o resultado das importações de 2011. Gandini ainda afirma que enquanto a Abeiva trouxe 199.366 veículos (5,82% do mercado), a Anfavea importou 651.047 (19% do mercado), sendo a maioria da Argentina e México.

Pois é, a novela do IPI para importados ainda vai dar muito pano para manga. Se os importados não incomodam pelo volume de mercado, pelo menos eles atacam um dos maiores problemas dos carros nacionais, o alto preço.

Assim, com preços mais reais para um mercado desenvolvido, os importados forçam as montadoras nacionais a reduzirem preços e oferecerem mais conteúdo em seus produtos, outro “defeito de fábrica” dos carros nacionais. É para isso que existe a concorrência, para melhorar produtos, serviços e conquistar mais clientes.